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A União Africana suspendeu o Níger após o país da África Ocidental ter sido tomado por uma junta militar a 26 de julho.
Num comunicado muito esperado, a União Africana (UA), composta por 55 estados-membros, decidiu “suspender de imediato a participação da República do Níger em todas as atividades da UA e dos seus órgãos até que a ordem constitucional no país seja efetivamente restaurada”.
Esta decisão foi tomada numa reunião a 14 de agosto pelo Conselho de Paz e Segurança da UA, a respeito do golpe militar no Níger.
A UA exortou tanto os seus membros como a comunidade internacional a “rejeitar esta alteração inconstitucional do governo e a abster-se de qualquer ação que possa legitimar o regime ilegal no Níger”.
O referido Conselho também solicitou uma avaliação da decisão da CEDEAO, o bloco da África Ocidental, sobre a preparação de uma força de reserva para possível intervenção no Níger.
O Conselho irá analisar as implicações económicas, sociais e de segurança de destacar uma Força de Reserva no Níger.
Os líderes da CEDEAO deram inicialmente à junta um ultimato de sete dias para restabelecer o poder ou enfrentar consequências, inclusive ações militares. No entanto, houve várias tentativas de diálogo e diplomacia por parte da CEDEAO e aliados, incluindo os EUA e a União Europeia.
Um alto representante da CEDEAO afirmou na sexta-feira que estão prontos para avançar com uma intervenção militar no Níger. O Comissário da CEDEAO para Assuntos Políticos, Paz & Segurança, Abdel-Fatau Musah, declarou numa conferência de imprensa no Gana que a CEDEAO não está disposta a manter “um diálogo interminável” com a junta e que as forças militares estão “prontas para agir assim que a ordem for dada”.
A União Africana manifestou a sua “solidariedade” com os esforços da CEDEAO para restaurar a ordem constitucional no Níger “por meios diplomáticos”.
No comunicado oficial, a UA instou a junta militar a colocar “os supremos interesses do Níger e do seu povo acima de tudo” e a “regressar de imediato e incondicionalmente aos quartéis, submetendo-se às autoridades civis de acordo com a Constituição do Níger”.
A suspensão da UA ocorre dias depois da junta propor um regresso à democracia num prazo de três anos.
O líder militar do Níger, General Abdourahamane Tchiani, que depôs o Presidente Mohamed Bazoum num golpe, afirmou numa declaração televisiva que nem a junta “nem o povo do Níger querem guerra, permanecendo abertos ao diálogo”. Acrescentou que os princípios da transição seriam decididos nos próximos 30 dias, numa iniciativa de diálogo nacional conduzida pela junta, e que a transição “não deverá ultrapassar três anos”.
RTB/CNN
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