Presidente da Assembleia Nacional de Cabo Verde pede menos ingerência nos assuntos de Bissau
© Radio TV BantabaAll Rights Reserved

Por: Redação

July 25, 2024

July 25, 2024

Lusa

O presidente da Assembleia Nacional de Cabo Verde, Austelino Correia, afirmou hoje que o estado da democracia na Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) “é bastante aceitável” e pediu menos ingerência nos assuntos internos da Guiné-Bissau.

“Não temos razões de queixa se compararmos, por exemplo, com o que se passa em alguns países, sobretudo da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental [CEDEAO], onde há golpes de Estado”, avaliou, em declarações à Lusa, Austelino Correia, à margem da 13.ª Sessão Ordinária da Assembleia Parlamentar da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (AP-CPLP), que terminou na terça-feira, em Maputo.

Nos países da CPLP, o estágio atual da democracia “é bastante aceitável”, mas ele alertou para sinais que causam preocupação.

“Ao nível da CPLP, nós não temos tido esses problemas [golpes de Estado], mas tem havido sinais que exigem de nós alguma preocupação, prudência e cautela”, alertou, chamando a atenção para a situação atual da Guiné-Bissau.

“Estamos a aguardar pelas eleições, mas creio que as pessoas estão todas interessadas em resolver o problema da Guiné-Bissau (…). Creio que nos nossos países a situação é aceitável. Se formos a ver, os próprios cidadãos preferem a democracia a outros sistemas políticos e isso é fundamental”, insistiu o também deputado pelo partido Movimento para a Democracia (MpD).

O presidente do parlamento de Cabo Verde afirmou que a CPLP está preocupada com a dissolução da assembleia da Guiné-Bissau, mas pediu aos Estados da comunidade para “não se imiscuírem nos assuntos internos de outros Estados membros”.

“Isso é fundamental. Quem deve tentar resolver os problemas internos em primeiro lugar são os atores políticos dos respetivos países, entretanto, nós, como comunidade, auscultamos, aconselhamos, sugerimos e encorajamos no sentido de que as coisas entrem no eixo”, sublinhou Austelino Correia, apelando para que se “restabeleça a normalidade democrática” naquele país.

O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, decidiu, em 4 de dezembro, dissolver o parlamento, na sequência dos confrontos entre forças de segurança, que ele considerou ser um golpe de Estado.

Sissoco Embaló considerou “um golpe de Estado” o facto de a Guarda Nacional ter retirado o ministro das Finanças, Suleimane Seide, e o secretário de Estado do Tesouro, António Monteiro, das celas da Polícia Judiciária.

Na sequência deste ato, geraram-se confrontos armados entre a Guarda Nacional e o batalhão da Presidência, que foram resolvidos com a intervenção da Polícia Militar e resultaram na detenção do comandante da Guarda Nacional, Vitor Tchongo.

A situação política na Guiné-Bissau alterou-se desde então, tendo Umaro Sissoco Embaló marcado para 24 de novembro as eleições legislativas antecipadas.

RTB

Artigos relacionados

Senegal quer acabar com os nomes de ruas franceses

Senegal quer acabar com os nomes de ruas franceses

As autoridades senegalesas lançaram uma campanha para substituir os nomes de ruas de origem francesa por figuras emblemáticas da história africana. Este movimento, amplamente apoiado pela população, faz parte de uma tentativa de reforçar a identidade cultural do país...

Após um mês de casamento, mulher esfaqueia marido até à morte

Após um mês de casamento, mulher esfaqueia marido até à morte

Guiné-Conacri - Um crime hediondo foi cometido no bairro de Fofoméré, na comuna de Kagbelen, na noite de sexta-feira, 17, para sábado, 18 de janeiro. Boubacar Siddy Bah, com cerca de 30 anos, foi mortalmente esfaqueado pela sua esposa, Binta Bah, após uma discussão....

0Comentarios

0 Comments

WP Radio
WP Radio
OFFLINE LIVE