O Governo senegalês dissolveu o importante partido de oposição, “Os Patriotas do Senegal pelo Trabalho, Ética e Fraternidade”, e restringiu o serviço de internet na segunda-feira, após o líder do partido, Ousmane Sonko, afirmar que um juiz ordenou a sua detenção.
A ex-Primeira-Ministra Aminata Touré criticou a dissolução do partido como um “retrocesso sem precedentes” na história democrática do Senegal. Esta medida levantou preocupações acerca das próximas eleições presidenciais no país, que é há muito tempo considerado um pilar da democracia e líder em diplomacia na região.
Segundo o Ministro do Interior, Antoine Félix Diome, o partido de oposição tem frequentemente convocado os seus apoiantes a participar em movimentos insurrecionais. “Consequentemente, os ativos do partido dissolvido serão liquidados de acordo com as disposições legais e regulamentares em vigor”, afirmou Diome.
Entretanto, o governo senegalês restringiu os serviços de internet móvel na segunda-feira. Esta medida foi justificada por Moussa Bocar Thiam, Ministro das Comunicações, como sendo necessária “devido à disseminação de mensagens de ódio e subversivas nas redes sociais”.
Ousmane Sonko, líder da oposição e popular entre a juventude do Senegal, afirmou que um juiz local em Dakar ordenou a sua detenção temporária na sequência de novas acusações levantadas no sábado, incluindo conspiração contra o Estado e incitamento à insurreição. Estas acusações são distintas das anteriores, que resultaram na sua condenação em junho e que desencadearam protestos mortais por todo o país, causando a morte de 23 pessoas.
Sonko, que é visto como uma ameaça ao partido governamental nas eleições de 2024, declarou na sua página do Facebook: “Acabo de ser injustamente colocado sob uma ordem de prisão”. Os apoiantes de Sonko alegam que as acusações foram feitas para impedir que ele se candidatasse novamente à presidência, depois de ter ficado em terceiro lugar nas eleições de 2019.
Devido a estas batalhas legais, Sonko poderá ser impedido de se candidatar à presidência, conforme a legislação senegalesa. Sonko escreveu ainda na sua página do Facebook: “Se o povo senegalês, por quem sempre lutei, abdicar e decidir deixar-me nas mãos do regime de Macky Sall, eu, como sempre, me submeterei à vontade de Deus”.
RTB/Foxnews
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