Em recentes declarações, o presidente da Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira, apontou o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, como uma fonte de instabilidade democrática no país. Em conversa com a Lusa, no Parlamento Europeu, em Bruxelas, Pereira acusou Embaló de tomar decisões que favorecem seus próprios interesses, ignorando a vontade democrática expressa nas urnas.
O presidente do parlamento guineense criticou a postura de Embaló, principalmente após a dissolução do parlamento em dezembro, uma decisão que, segundo a Constituição, só poderia ser tomada 12 meses após as eleições. Para Pereira, essa medida questiona a finalidade das eleições, especialmente considerando que estas contaram com o apoio internacional e refletiram a escolha da população.
A tensão entre os dois líderes guineenses não é recente, remontando às disputas presidenciais de 2019, quando ambos foram candidatos. A crise política atual se intensificou com a demissão do primeiro-ministro Geraldo Martins e a nomeação de Rui Duarte de Barros por Embaló, após confrontos militares que marcaram o país no final de novembro.
Pereira enfatiza a necessidade de respeitar a voz do povo e as instituições democraticamente eleitas, visando a pacificação e o respeito às leis como pilares para estabilizar a nação. A vitória da coligação Plataforma Aliança Inclusiva (PAI) – Terra Ranka nas eleições legislativas de junho, liderada pelo PAIGC, parece agora ser desafiada pelas recentes ações do Presidente da República.
RTB/ANG/Lusa
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