Lusa
O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, pediu hoje às Forças Armadas para assegurar a segurança no país durante as eleições e até à posse dos deputados eleitos na votação legislativa de 4 de junho.
Falando aos militares no Estado-Maior das Forças Armadas, na Fortaleza da Amura, no centro de Bissau, Sissoco Embaló reiterou o seu papel como comandante-em-chefe, não como político, e expressou o seu desejo de rever antigos colegas.
Umaro Sissoco Embaló serviu as Forças Armadas guineenses na década de 1990.
“Vim conversar com os meus camaradas, para lhes pedir que se distanciem dos políticos, pois todas as revoltas que ocorreram neste país foram impulsionadas por políticos, mas quem acaba por sofrer as consequências somos nós, os militares”, afirmou Embaló.
Falando ao general Biague Na Ntan, o Presidente incentivou todos os membros das Forças Armadas a trabalharem para assegurar um processo eleitoral tranquilo até à posse dos novos deputados.
“Pedi ao chefe do Estado-Maior das Forças Armadas para garantir que tudo corra bem. Acredito que as eleições serão justas, livres e transparentes e quem perder irá respeitar a vontade da maioria”, comentou Sissoco Embaló.
O Presidente guineense esclareceu que não está envolvido na campanha eleitoral, já que é o “árbitro do processo”, e que ninguém o viu a “fazer campanha ou a pedir votos para um determinado partido”.
Umaro Sissoco Embaló disse que “talvez alguns partidos” tenham mal interpretado as suas palavras durante a campanha eleitoral em curso, que terminará a 2 de junho.
Em uma carta aberta enviada hoje ao Chefe de Estado, a coligação eleitoral Plataforma Aliança Inclusiva (PAI) – Terra Ranka pediu ao Presidente da Guiné-Bissau que deixe de interferir na campanha eleitoral e cumpra a lei.
Composta por cinco partidos, a coligação PAI-Terra Ranka é liderada pelo Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), cujo presidente, Domingos Simões Pereira, foi avisado pelo chefe de Estado de que não será nomeado primeiro-ministro em caso de vitória eleitoral.
O líder do Partido da Renovação Social (PRS), Fernando Dias, tem apelado para que Umaro Sissoco Embaló se afaste da campanha eleitoral, uma vez que estas não são eleições presidenciais.
O comandante das Forças Armadas guineenses, o general Biague Na Ntan, assegurou que “nada irá acontecer” durante o processo eleitoral e prometeu paz e tranquilidade na Guiné-Bissau.
RTB/Lusa
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