Lusa
A Polícia Militar da Guiné-Bissau confirmou à Lusa que pelo menos dois militares perderam a vida nos combates ocorridos em Bissau, durante a madrugada e manhã de hoje, entre elementos da Guarda Nacional e do Batalhão do Palácio Presidencial.
De acordo com a mesma fonte, as vítimas incluem um membro da Guarda Nacional e um militar do Batalhão presidencial. A Polícia Militar está a investigar a situação, mas até agora, foi possível confirmar estas duas mortes.
A mesma fonte revelou também que foram registados dois feridos, que estão a receber tratamento médico.
O vice-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, General Mamadu Turé “Nkrumah”, emitiu um comunicado informando a população e a comunidade internacional de que a “situação voltou à calma” e que a causa foi a ação do Comandante da Guarda Nacional, Vítor Tchongo, ao ordenar a libertação dos dois membros do governo detidos na Polícia Judiciária (PJ).
“Por estas razões, as Forças Republicanas levantaram-se e repuseram a ordem constitucional”, lê-se no comunicado.
Os tiros ecoaram por toda a cidade de Bissau, tendo originado das imediações do quartel no bairro de Luanda e de outras instalações da Guarda Nacional, de acordo com relatos que chegaram à Lusa.
Na manhã dos confrontos, os bairros mais próximos dos tiroteios, como Santa Luzia, Luanda e Empantcha, ficaram sem atividade de veículos e pessoas, com alguns estabelecimentos comerciais fechados. No entanto, noutras áreas da cidade, a população manteve as suas rotinas normais, apesar do som dos disparos.
O Ministro da Economia e Finanças, Suleimane Seidi, e o Secretário de Estado do Tesouro, António Monteiro, foram detidos preventivamente na sequência de um interrogatório pelo Ministério Público. A investigação envolve um pagamento de seis mil milhões de francos CFA (aproximadamente 10 milhões de dólares) a 11 empresários, através de um empréstimo concedido por um banco comercial de Bissau.
Horas após a decisão judicial, os detidos foram libertados das celas da PJ pela Guarda Nacional. Contudo, na sequência dos confrontos de hoje de manhã, voltaram a ser detidos e colocados nas instalações da Polícia Judiciária.
Vários dirigentes do Ministério da Economia e Finanças já foram ouvidos ao longo da última semana no âmbito deste processo que levou à detenção dos dois principais responsáveis da instituição.
RTB/Lusa
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