O líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, denunciou este domingo, 08 de maio de 2022, que vários membros do Espaço de Concertação Democrática terão recebido chamadas “anónimas” de ameaças à integridade física, após o pronunciamento do grupo sobre a vinda da força militar da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) à Guiné-Bissau.
“Eu devo dizer que na quinta-feira passada, o espaço de concertação democrática dos partidos realizou uma conferência de imprensa na qual se posicionou em relação à vinda da força da CEDEAO sem um mandato das autoridades competentes da Guiné-Bissau. Depois desse ato, vários membros do nosso grupo receberam chamadas anônimas com ameaças à integridade física dos elementos e familiares”, disse.
Domingos Simões Pereira falava à imprensa após a visita de solidariedade ao deputado e presidente da União para a Mudança (UM), Agnelo Regala, atingido por disparo de desconhecidos na noite de ontem, na sua residência, em Bissau.
“A vida na Guiné-Bissau passou a valer isso. Basta não estar de acordo e usar aquilo que são as prerrogativas constitucionais, para se tornar alvo de atentados a integridade física das pessoas”, disse.
O líder do PAIGC assegurou que o ataque contra a integridade física do presidente da UM faz parte da construção de um “quadro de medo, resignação popular” no sentido de permitir que a “anarquia” possa ser a nova ordem no país.
Questionado sobre o posicionamento do Espaço de Concertação Democrática, uma organização que engloba quatro formações políticas, Simões Pereira disse que o grupo vai fazer uma comunicação à nação nos próximos dias.
Em relação à Comunidade Internacional, Pereira limitou-se a dizer que os parceiros internacionais têm conhecimento do sucedido e que não é preciso perder tempo para falar com estas entidades.
Agnelo Regala, atingido por bala na perna, afirmou que vai continuar a defender as suas convicções políticas e lutar para que a democracia esteja presente na Guiné-Bissau.
“Nós não temos medo de dizer a verdade e vamos continuar a denunciar aquilo que não serve os interesses da Guiné-Bissau. Portanto, o nosso objetivo é meramente isso. Se isso é crime, se é pecado, nós não sabemos”, reafirmando que o espaço de concertação não vai permitir a implantação da “ditadura” no país em nenhuma circunstância.
“Durante o ataque, foram disparados entre 7 a 8 tiros. Fui atingido numa perna e perdi muito sangue”, contou.
//RTB-DEMOCRATA
@TIDJANE CANDE
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