O presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH), Augusto Mário da Silva, afirmou esta quarta-feira (30.11), que a violência que se vive na Guiné-Bissau, nos últimos tempos, “é institucional” e que o país “não pode continuar nesse ambiente”.
“Parece-nos que a violência é institucional, essa é a impressão que a atuação das autoridades deixa aos cidadãos. [Já foram] vários episódios de violência, sem qualquer tipo de conclusão de investigação, sem qualquer tipo de apuramento de responsabilidades e tudo fica em mar de impunidade”, disse aos jornalistas, à margem de um encontro de reflexão, promovida pela Liga Guineense dos Direitos Humanos, sobre o radicalismo e extremismo violento.
O presidente da LGDH, que visitou o advogado Marcelino Intupe, no hospital, após o seu espancamento, por indivíduos “desconhecidos”, na sua residência, nos arredores de Bissau, revelou que a vítima lhe terá garantido que reconheceu os seus agressores.
“Marcelino Intupe identificou, com precisão, as pessoas que foram à sua casa. Não me cabe a mim revelar quem são essas pessoas, o Marcelino, em tempo devido, terá a oportunidade de revelá-los. Mas que, para a sociedade, fique que ele identificou as pessoas que foram à sua casa. É preciso que as autoridades policiais deixem de brincadeira de investigar. Que investiguem de forma séria e traduzam as pessoas à justiça, para acalmar a sociedade”, disse.
Analista político, crítico do regime, e advogado de vários detidos em conexão com o caso 01 de fevereiro, da tentativa de golpe de Estado, foi espancado na sua sua residência, na tarde desta terça-feira, por homens armados e encapuzados, horas depois de tecer duras críticas às autoridades guineenses, sobre a gestão de vários assuntos do país, numa das rádios privadas do da capital guineense.
RTB
Fonte: CFM
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