Hospital Nacional Simão Mendes está sem stock de sangue
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Por: Bantaba

Junho 15, 2022

Junho 15, 2022

A diretora-geral dos estabelecimentos de cuidados de saúde do banco de sangue, a nível nacional, Quinta Sanhá Insumbo, revelou que o Hospital Nacional Simão Mendes (HNSM) está sem stock de sangue para os casos de emergência sanitária.

Quinta Sanhá Insumbo proferiu estas declarações no âmbito da celebração do dia mundial de doador de sangue, que se assinala no dia 14 de junho, o presidente da Associação Guineense de Doadores de Sangue Voluntário (AGUIDAVS), Gentil da Silva, revelou que não existe nenhuma política nacional de sangue.

A diretora-geral dos estabelecimentos de cuidados de saúde do banco de sangue não revelou os motivos que levaram o Banco de Sangue do maior centro hospitalar do país a ficar sem stock.

Os dados estatísticos indicam que a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que 5% de população de um país seja, pelo menos, doador regular de sangue, para que o stock dos homocentros possa responder às necessidades da população.

Na Guiné-Bissau, não há dados sobre o número total de doadores, mas estima-se que menos de 2% da população guineense seja doador de sangue.

Atualmente, o país conta com quinze (15) bancos de sangue em todo o território nacional, todos sem equipamento, apenas o de HNSM está, a meio gás, em funcionamento, mas carece de materiais para a transfusão.

Sobre o assunto, a diretora-geral dos Estabelecimentos de Cuidados de Saúde do Banco de Sangue lamentou, em entrevista ao nosso semanário, a situação em que se encontram os bancos de sangue e disse que é “grave” para o sistema de saúde, porque os pressupostos de transfusão devem estar disponíveis a todo o tempo.

Quinta Sanhá Insumbo explicou que o processo normal de doar sangue deve passar por testes que possam descartar quaisquer impedimentos de doar sangue, tendo sublinhado que a transfusão de sangue na Guiné-Bissau é feita, às vezes, sem um estudo prévio.

Perante estes fatos, responsabilizou o Ministério da Saúde Pública por tudo o que se passa nesse setor e defendeu que é preciso dar autonomia funcional ao centro nacional de sangue e disponibilizar recursos humanos e materiais para o seu pleno funcionamento.

“O grupo de sangue que mais dá trabalhos aos técnicos é O negativo, por ser a nível dador universal e só consegue receber sangue do mesmo grupo sanguíneo. Já tiveram muitas complicações sem solução com esse grupo de sangue”, frisou.

A diretora-geral dos Estabelecimentos de Cuidados de Saúde do Banco de Sangue lamentou que tenha sido difícil o guineense aceitar, da sua livre vontade, doar sangue, devido a várias fatores e dúvidas que os próprios doadoreres têm do destino do sangue.

“Por questões culturais, até doar sangue a um membro da mesma família muitas vezes é um problema”, indicou.

“Dar sangue, é dar vida a alguém. Sangue é um órgão tal como o coração, fígado, etc. Se doarmos sangue, significa que estamos a dar uma parte do nosso corpo para salvar a vida de uma pessoa”, explicou.

Quinta Sanhá Insumbo admitiu a venda de sangue doado no Hospital Simão Mendes, contudo, disse que a direção do centro nacional de sangue está a trabalhar e não tem poupado esforços para acabar com a prática.

“Às vezes não se trata de venda de sangue. O hospital carece de materiais para fazer coleta de sangue e quando um paciente precisa de transfusão, os familiares muitas vezes são obrigados a comprar os kits para a transfusão”, esclareceu.

//RTB – Democrata

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