Bastonário da Ordem dos Jornalistas da Guiné-Bissau critica fecho das emissões da RTP e RDP, considerando-o prejudicial para a imagem do país
O Bastonário da Ordem dos Jornalistas da Guiné-Bissau, António Nhaga, expressou sua preocupação com o encerramento das emissões da Rádio Televisão Portuguesa (RTP) e Rádio Difusão Portuguesa (RDP/África), afirmando que isso não contribui de forma positiva para a imagem do país.
Em uma entrevista exclusiva concedida à ANG (Agência de Notícias da Guiné-Bissau) nesta quinta-feira, António Nhaga destacou a importância da liberdade de expressão para o exercício democrático e argumentou que fechar os meios de comunicação social não é benéfico para o país.
Nhaga afirmou que a realização da Cimeira da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e da Sessão Extraordinária da UEMOA poderia ter trazido benefícios para a Guiné-Bissau, mas o fechamento das emissões da RTP e RDP prejudica essas conquistas. Ele ressaltou que isso não contribui para a consolidação da democracia.
O governo guineense emitiu um comunicado exigindo que a RTP e a RDP/África retifiquem todas as injúrias, difamações e acusações feitas contra o Chefe de Estado Umaro Sissoco Embaló, sob ameaça de “medidas corretivas”.
Segundo fontes da RTP/Africa, na noite de quarta-feira, os dois serviços de comunicação social portugueses receberam ordens para encerrar suas emissões, alegadamente por “ordem superior”.
O Bastonário da Ordem dos Jornalistas da Guiné-Bissau enfatizou que a democracia exige liberdade de expressão e a existência de órgãos de comunicação social nos quais as pessoas possam se expressar. Nhaga destacou que a expressão de uma pessoa em um programa da RTP ou RDP não deve impedir o Presidente da República, ou qualquer outra pessoa, de exercer suas funções.
Ele argumentou que o fechamento dos meios de comunicação social não dignifica o Estado Democrático que o país está tentando construir, além de ter impacto negativo na imagem externa do país, especialmente em órgãos internacionais.
Nhaga apontou que outros países dos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) também possuem emissoras da RDP e RTP, mas nunca tiveram seus serviços fechados. Ele mencionou que, se necessário, os presidentes desses países tomam medidas apropriadas.
O Bastonário expressou preocupação com o possível comprometimento das relações entre Guiné-Bissau e Portugal devido a esse tipo de decisão. Ele destacou a influência de Portugal no mundo e sua posição privilegiada nos PALOP. Nhaga afirmou que Portugal é frequentemente ouvido quando surgem problemas nos PALOP, e mencionou que Portugal desempenha um papel importante no plano internacional.
Ele advertiu que Portugal pode ajudar a Guiné-Bissau a estabelecer conexões nas Nações Unidas e na União Europeia, mas, se houver mal-estar, também pode criar obstáculos. Segundo Nhaga, Portugal pode não bloquear diretamente, mas possui canais para contornar a situação e fazer o que deseja.
O Bastonário lamentou que, no país, as pessoas não tenham consciência da importância da imprensa para a democracia e para a construção de uma boa imagem nacional.
//RTB/ANG
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