TV BANTABA, 21 de fevereiro de 2024 – O antigo primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Nuno Nabiam, renunciou ao cargo de Conselheiro Especial do Presidente, alegando divergências com a atuação do chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló.
Nabiam apresentou a sua renúncia numa carta datada de 16 de fevereiro, a que a Lusa teve acesso, onde justifica a decisão pela “falta de diálogo” e “constantes interferências”, bem como pela “tentativa de politizar e sequestrar as forças de segurança” por parte do Presidente.
Na missiva dirigida a Sissoco Embaló, o antigo primeiro-ministro agradece a confiança política na sua nomeação, mas conclui que “já não existem condições morais e políticas” para continuar no cargo.
Nabiam destaca a necessidade de eleições após a dissolução da Assembleia Nacional Popular, em dezembro, e considera que o Presidente “não se mostrou aberto ao diálogo para criar condições para uma governação pacífica e estável do país”.
O antigo primeiro-ministro menciona também, como motivos para a demissão, “as constantes interferências” do Presidente “no funcionamento das instituições democráticas do país”, incluindo o parlamento, o Governo, o Tribunal de Justiça, o Tribunal de Contas, a Procuradoria-Geral da República e os partidos políticos.
Ele também acusa Umaro Sissoco Embaló de “tentar sequestrar e politizar as forças de segurança do país, apenas para servir interesses eleitorais, agindo como senhor absoluto”.
Nabiam menciona ainda “discursos de intimidação e ofensas à moral pública” e “reiteradas violações dos direitos humanos cometidas pelas forças palacianas contra as populações, sem direito de reivindicação”.
“Estes fatos, entre outros, não estão de acordo com a minha personalidade e forma de fazer política ao serviço do povo da Guiné-Bissau”, acrescenta.
Nuno Nabiam conclui que já não tem condições para continuar como Conselheiro Especial, tendo em conta as suas responsabilidades políticas perante o eleitorado e o povo guineense em geral, enquanto presidente da Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB).
//RTB/Lusa
0 Comments