A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou há dois anos para o ressurgimento de surtos de cólera, e até o momento, 24 países enfrentaram surtos ativos, alguns deles em situação de crise severa.
Embora os dados disponíveis para a OMS sejam limitados, os casos notificados em 2022 duplicaram os de 2021, e os números deste ano indicam uma continuação da propagação global da doença.
Nações como o Afeganistão, Camarões, República Democrática do Congo (RDCongo), Malaui, Nigéria, Somália e Síria registaram mais de 10.000 casos suspeitos e confirmados cada, reflectindo um aumento tanto na quantidade de surtos quanto na sua dimensão.
A cólera é uma infecção intestinal transmitida através de água e alimentos contaminados com fezes, e está intimamente relacionada com o subdesenvolvimento, devido à carência de água potável e instalações sanitárias adequadas. Essas condições são agravadas por eventos climáticos extremos, como inundações, secas ou ciclones.
A procura por materiais anti-infecciosos levou o Grupo de Coordenação Internacional (GIC), responsável pelo fornecimento de vacinas de emergência, a suspender a administração de duas doses, optando por apenas uma dose.
A OMS está colaborando com esses países na vigilância da saúde pública, na gestão de casos e na implementação de medidas preventivas, fornecendo material médico essencial, coordenando mobilizações no terreno com parceiros e apoiando a comunicação de riscos e a participação da comunidade.
A OMS também solicitou 160,4 milhões de dólares (cerca de 150,7 milhões de euros) ao plano estratégico global de preparação e resposta e disponibilizou 16,6 milhões de dólares (15,6 milhões de euros) do Fundo de Contingência da Organização Mundial da Saúde para Emergências.
/RTB/Lusa
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