Polícia de safim tortura cidadão
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Por: Geraldo C

April 22, 2022

April 22, 2022

A Liga Guineense dos Direitos Humanos denunciou esta quinta-feira (21.04) a tortura de um cidadão por agente da polícia de Ordem Pública de Safim, na região de Biombo.

Na nota publicada na sua página oficial do Facebook, a LGDH contou como tudo terá acontecido.

Seiga a informação da Liga:
No Amadú Baldé decidiu viajar de Canchungo para Bissau num transporte misto n o dia 17 de Abril de 2022, no quadro das suas atividades habituais de comercio ambulatório.

Aquilo que era uma viagem normal tal como tantas outras que fazia naquele trajeto, transformou-se num grande pesadelo. Tudo aconteceu porque Amadu envolveu-se numa discussão banal com uma das passageiras momento após terem atravessado a ponte Amílcar Cabral.

Segundo informações que a LGDH teve acesso, ninguém dos passageiros que se encontrava na viatura imaginava que aquelas discussões banais que as duas se envolviam podiam culminar com uma sessão de torturas brutais de Amadu, não obstante ter sido sistematicamente advertido pela senhora com quem se desentendia, de que os seus comportamentos teriam consequências sérias quando chegarem em Safim.
Exactamente, foi o que aconteceu, mal chegaram no posto de controlo de Safim um grupo de agentes minuciosamente preparado para o efeito deu ordens ao Amadu para descer do carro e acompanha-los em nome de uma suposta ordem e da lei. Quando chagaram na Esquadra, Amadu foi questionado sobre as razões de briga no caro, antes de concluir a sua versão dos fatos, deram-lhe ordens para tirar as calças. Ao tentar resistir a estranha ordem, começaram a agredi-lo em todas as partes do corpo.

Nesta sessão criminosa de torturas contra a vítima, os agentes de polícia apoderaram-se de uma parte do dinheiro que possuía no valor de 116.675 fcfa. Como se não bastasse, prosseguiram com as sessões de espancamento devidamente filmadas por eles até que perdeu a consciência. Quando se aperceberam deste fato os criminosos torturadores retiraram-se da cela deixando-o entregue a sua própria sorte.

Depois de duas horas de isolamento num estado de inconsciência, um outro agente apareceu na cela onde se encontrava, numa altura em que se recuperava do estado em que foi submetido. Este por sua vez conduziu o Amadu à uma sala de interrogatório onde lhe exigiu o pagamento de uma soma de 25.000 francos CFA como condicionante para a sua soltura.
Naquela altura o Amadu tinha apenas 10.00 francos CFA e disse-lhe que era o único montante que possuia e por conseguinte, implorou que lhe fosse concedido a liberdade para puder dirigir-se a um posto de atendimento médico porque estava a sentir muito mal em consequências das brutalidades infligidas.

Lamentavelmente, nem o estado visível de cansaço e de hematomas no corpo resultantes das agressões, demoveram os agentes de policia da Safim dos seus planos criminosos. Amadu ficou refém nas suas mãos até o momento que lhes apeteceram para o conduzir ao Centro de saúde de Safim onde recebeu os primeiros socorros.

Quando abandonaram o referido posto médico não havia viaturas em circulação para conduzir o Amadu à Bissau, teve que dormir na rua em Safim. Quando amanheceu, a vítima seguiu para Bissau onde foi assistido no Hospital Nacional Simão Mendes.

Esta triste história de Amadu é apenas o exemplo do modus operandis de uma corporação policial violenta, corrupta e insensível aos direitos humanos, tutelada por uma liderança política absolutamente incompetente e que elege a promoção da impunidade como seu maior apanágio.

Uma corporação policial que abusa e maltrata os cidadãos que por lei devia proteger, é ela própria uma ameaça a paz e tranquilidade pública.

Fonte: Liga Guineense dos Direitos Humanos

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