Por: CNN
O líder militar do Níger, General Abdourahamane Tchiani, que depôs o Presidente Mohamed Bazoum e tomou o poder num golpe, propôs um retorno à democracia no prazo de três anos.
Nem a junta “nem o povo do Níger desejam guerra e mantêm-se abertos ao diálogo”, afirmou o General Tchiani durante uma intervenção televisiva no sábado à noite.
Ele disse que os princípios da transição seriam decididos nos próximos 30 dias, como parte de um diálogo nacional promovido pela junta e que a transição “não deveria durar mais do que três anos”.
O diálogo definiria “prioridades nacionais” e “apelaria para valores fundamentais para orientar a reconstrução” do país da África Ocidental, disse ele.
A junta assumiu o poder no final de julho, depôs Bazoum – que havia sido eleito democraticamente em 2021 numa transferência relativamente pacífica de poder – e encerrou as instituições nacionais.
Líderes da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) responderam ao golpe impondo sanções e emitindo um ultimato à junta para se demitir ou enfrentar uma potencial intervenção militar por uma força de prontidão regional.
Uma delegação de líderes da CEDEAO encontrou-se com Tchiani na capital Niamey no sábado e visitou Bazoum.
Tchiani afirmou, na sua intervenção televisiva, que a ambição da junta “não era usurpar o poder”.
“Reafirmo também a nossa disponibilidade para qualquer diálogo, desde que este leve em consideração as orientações desejadas pelo orgulhoso e resiliente povo do Níger”, disse ele.
No entanto, avisou que a junta retaliaria se fosse atacada.
“Se fossemos atacados, não seria o passeio no parque que alguns parecem pensar.”
A junta anteriormente afirmou ter reunido provas para processar Bazoum por “alta traição”.
O Níger está situado no coração da região do Sahel em África, que presenciou vários golpes de poder nos últimos anos, incluindo no Mali e Burkina Faso.
Era uma das poucas democracias remanescentes na região.
RTB/CNN
0 Comments