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O filho do ex-presidente da Guiné-Bissau foi condenado a mais de seis anos de prisão por um tribunal dos EUA por liderar um anel internacional de tráfico de heroína. Malam Bacai Sanha Jr., de 52 anos, planeava usar os lucros para financiar suas ambições de se tornar presidente da Guiné-Bissau através de um golpe, afirmam as autoridades. Ele é filho de Malam Bacai Sanha, que liderou o país da África Ocidental de 2009 até sua morte em 2012. Sanha Jr. esteve ligado a um golpe fracassado em fevereiro de 2022.

Ele foi extraditado para os EUA em agosto de 2022, após sua prisão na Tanzânia algumas semanas antes. Seu julgamento começou logo em seguida e, em setembro do ano passado, ele se declarou culpado de conspirar para importar drogas ilegalmente. “Malam Bacai Sanha Jr. não era um traficante internacional de drogas comum”, disse o agente do FBI Douglas Williams na terça-feira. “Ele é filho do ex-presidente da Guiné-Bissau e traficava drogas por um motivo muito específico – para financiar um golpe que eventualmente o levaria à presidência de seu país natal, onde planejava estabelecer um regime de drogas.” Sanha Jr. é acusado de importar heroína de vários países para Portugal, e também da Europa para os Estados Unidos. As autoridades dos EUA dizem que ele pode ser deportado após o cumprimento da pena, pois não é cidadão americano. O homem de 52 anos, conhecido como “Bacaizinho” na Guiné-Bissau, ocupou vários cargos no governo, incluindo o de conselheiro econômico de seu pai. Ele teria revelado estar “pessoalmente envolvido” na tentativa frustrada de golpe de 2022 para destituir o presidente Umaro Sissoco Embaló, que deixou 11 mortos, a maioria membros das forças de segurança. Sanha Jr. teria dito a agentes disfarçados da Administração de Combate às Drogas dos EUA (DEA) que usou os lucros do tráfico de drogas para financiar os conspiradores do golpe, conforme relatado pela emissora estatal alemã Deutsche Welle no ano passado. A Guiné-Bissau é um notório centro de tráfico de drogas. É um canal chave para a cocaína da América Latina destinada à Europa, o que levou os EUA e a ONU a designá-la como um “estado narcotraficante” há mais de uma década. Especialistas dizem que traficantes de drogas e redes são altamente influentes e bem estabelecidos no governo do país, muitas vezes financiando campanhas eleitorais para políticos em quem podem confiar para proteger o comércio ilegal.

RTB/BBC