Senegal quer acabar com os nomes de ruas franceses
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Por: Redação

January 19, 2025

January 19, 2025

As autoridades senegalesas lançaram uma campanha para substituir os nomes de ruas de origem francesa por figuras emblemáticas da história africana. Este movimento, amplamente apoiado pela população, faz parte de uma tentativa de reforçar a identidade cultural do país e distanciar-se do legado colonial.

A capital do Senegal, Dacar, é o epicentro desta mudança. Muitos dos seus bairros ainda têm ruas com nomes de personalidades francesas da época colonial, como generais, administradores e exploradores. Agora, o governo deseja homenagear heróis africanos que marcaram a história do continente.

As mudanças propostas incluem substituir nomes de ruas como a “Rue Gallieni”, batizada em honra de Joseph Gallieni, um militar francês, por nomes de figuras africanas como Amílcar Cabral, líder da luta pela independência da Guiné-Bissau e de Cabo Verde, ou Sékou Touré, ex-presidente da Guiné-Conacri.

Para muitos, esta iniciativa é vista como um passo significativo na descolonização da memória coletiva e na afirmação da soberania cultural senegalesa. “É hora de nos reconectarmos com a nossa própria história e com aqueles que lutaram pela nossa liberdade”, afirmou um historiador senegalês entrevistado pelo Le Monde.

Contudo, há também quem veja o processo como uma tentativa de apagar a história colonial, ao invés de criar um equilíbrio entre as memórias locais e europeias. “É importante lembrar o nosso passado, mesmo que doloroso, para que possamos aprender com ele”, argumenta um residente de Dacar.

A medida está a ser implementada gradualmente, com o envolvimento de historiadores, académicos e comunidades locais, que têm a oportunidade de propor nomes de figuras históricas africanas relevantes. Esta iniciativa segue uma tendência mais ampla em várias ex-colónias francesas, onde debates sobre a herança colonial e a identidade nacional têm ganhado destaque.

O Senegal junta-se assim a outros países africanos que procuram redefinir os espaços públicos como um reflexo mais fiel das suas identidades culturais e históricas.

Le monde

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