NYT
Os rebeldes do M23, apoiados pelo Ruanda, anunciaram a sua retirada das negociações de paz com o governo da República Democrática do Congo (RDC), citando as sanções internacionais impostas pela União Europeia (UE) a alguns dos seus membros. Estas sanções, que incluem proibições de viagem e congelamento de bens, foram aplicadas a cinco cidadãos ruandeses, incluindo o comandante das forças especiais ruandesas destacadas no leste do Congo, bem como a quatro congoleses, entre eles o líder político do M23, Bertrand Bisimwa. Além disso, a refinaria de ouro do Ruanda, Gasabo Gold Refinery, foi sancionada pela UE por alegadamente contribuir para a extração e tráfico ilegais de recursos naturais no leste do Congo.
Em resposta às sanções, o Ruanda cortou relações diplomáticas com a Bélgica, ordenando que todos os diplomatas belgas deixassem o país. Esta decisão surge após Bruxelas ter suspendido a ajuda ao desenvolvimento ao Ruanda, acusando o país de apoiar os rebeldes do M23. O presidente ruandês, Paul Kagame, acusou a Bélgica de tentar destruir o Ruanda, evocando o passado colonial belga na região.
As tensões na região têm vindo a aumentar desde janeiro, quando os rebeldes do M23 avançaram e capturaram a estratégica cidade de Goma, seguida de Bukavu em fevereiro. Este conflito já deslocou mais de 7 milhões de pessoas, agravando uma crise humanitária significativa. A comunidade internacional tem pressionado o Ruanda a cessar o seu apoio ao M23 e a retirar as suas tropas do território congolês.
As negociações de paz, inicialmente previstas para Luanda, Angola, foram comprometidas pela retirada do M23, que alega que as sanções internacionais minaram o diálogo. Apesar da retirada dos rebeldes, o governo congolês confirmou que enviaria a sua delegação para Luanda conforme planeado, numa tentativa de mediar um cessar-fogo duradouro e reduzir as tensões entre o Congo e o Ruanda.
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