O governo de Portugal, liderado pelo primeiro-ministro Luís Montenegro, caiu após a Assembleia da República reprovar a moção de confiança apresentada pelo executivo. A votação contou com os votos contra do Partido Comunista Português (PCP), Chega, Partido Socialista (PS), Bloco de Esquerda (BE), Livre e Pessoas-Animais-Natureza (PAN). O Partido Social Democrata (PSD), juntamente com o CDS e a Iniciativa Liberal (IL), votaram a favor da moção.
Este desfecho ocorre um ano e um dia após o governo ter sido eleito, levando o país à quarta ida às urnas desde 2022. Após três horas de debate e uma hora de negociações, Hugo Soares, secretário-geral do PSD, afirmou: “Esgotámos todas as possibilidades. Não se justifica qualquer crise política. O Chega e o PS fizeram cair o governo.” O primeiro-ministro Luís Montenegro não prestou declarações após a votação.
A crise política tem raízes em alegações de conflitos de interesse relacionados com a empresa Spinumviva, fundada por Montenegro e atualmente gerida pela sua família. Revelações sobre pagamentos contínuos à empresa por parte da Solverde, uma companhia de casinos, desde 2021, aumentaram a pressão sobre o primeiro-ministro. Estas questões levaram à apresentação de duas moções de censura nas últimas semanas, ambas rejeitadas, antes da decisão do governo de submeter uma moção de confiança.
Com a reprovação da moção de confiança, Portugal prepara-se para novas eleições antecipadas, possivelmente em maio, marcando a terceira eleição geral em três anos. Este período de instabilidade política surge num momento crítico para o país, que enfrenta desafios económicos e de segurança no contexto europeu.
Abola
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