A polícia do Senegal partiu os vidros do carro de um líder da oposição e forçou Ousmane Sonko a sair do veículo depois de ele comparecer em tribunal.

Vídeos divulgados nas redes sociais e vistos pela Associated Press mostram a polícia a retirar fisicamente o político de 46 anos do banco de trás do carro. Mais tarde, ele foi escoltado até sua residência pelas autoridades e um porta-voz do governo negou que ele tenha sido preso.

Sonko está a ser processado por difamação e insultos públicos, acusações que resultam de acusações que fez contra o ministro do turismo do Senegal numa conferência de imprensa no final do ano passado. Na quinta-feira, o julgamento foi adiado até o próximo mês.

Depois de deixar o tribunal, Sonko cumprimentou os seus apoiantes do seu carro. A polícia começou em seguida a disparar gás lacrimogéneo sobre a multidão.

“O comboio do principal líder da oposição está bloqueado por veículos de combate”, disse o advogado de Sonko, Cire Cledor Ly, numa mensagem de texto para a AP na tarde de quinta-feira. Não está claro por que motivo o carro foi parado e o governo não respondeu imediatamente a pedidos de comentário.

Sonko ganhou destaque durante as eleições presidenciais de 2019 e é considerado o principal candidato para desafiar o Presidente Macky Sall nas eleições do próximo ano.

O julgamento ocorre enquanto Sonko enfrenta acusações de violação, onde, se condenado, pode enfrentar até 10 anos de prisão e seria impedido de concorrer à presidência. Os apoiantes de Sonko dizem que o governo está a tentar desviar o futuro político do líder da oposição.

Os comícios de apoio a Sonko já se tornaram violentos no passado. Há dois anos, pelo menos 13 pessoas foram mortas quando os apoiantes entraram em confronto com a polícia depois de Sonko ter sido preso por perturbar a ordem pública quando se dirigia ao tribunal para uma audiência marcada pelas acusações de violação.

RTB/Wralnews