Lusa/sapo
O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Rui de Barros, anunciou hoje que o preço base de venda da castanha de caju foi fixado em 410 francos CFA (0,63 euros) por quilograma. Este produto agrícola representa 90% das exportações nacionais.
Durante o lançamento oficial da campanha de comercialização da castanha de caju de 2025, Rui de Barros expressou expectativas positivas, esperando que esta campanha seja “muito boa” ou “melhor que a do ano passado”. Em 2024, o preço base foi fixado em 350 francos CFA por quilograma, mas devido à elevada procura, atingiu os 700 francos CFA.
O primeiro-ministro destacou que a castanha de caju é mais do que um simples produto agrícola, sendo um “símbolo da nossa cultura, da nossa identidade, da nossa capacidade de transformar desafios em oportunidades”.
Rui de Barros salientou que o preço base estabelecido para a compra do produto aos agricultores resultou de um “trabalho cuidadosamente definido” entre o Governo e os operadores do setor, visando tornar o produto “acessível aos consumidores e sustentável para os produtores”.
O ministro do Comércio, Indústria e Artesanato, Orlando Mendes Viegas, destacou as melhorias introduzidas pelo Governo na campanha de 2024, nomeadamente um “melhor controlo do contrabando para o Senegal”, como garantias de que a campanha de 2025 “vai correr bem”.
Dados do Governo indicam que, em anos anteriores, cerca de 90 mil toneladas de castanha foram contrabandeadas para países vizinhos, como o Senegal, Gâmbia e Guiné-Conacri. Recentemente, o Governo reforçou a vigilância nas fronteiras terrestres e marítimas, com a presença constante de elementos da Guarda Nacional nos postos de passagem e o confisco de caju apreendido em contrabando.
Orlando Viegas assinalou que o reforço da vigilância nas fronteiras com o Senegal, por exemplo, levou ao aumento das receitas do Estado derivadas da campanha de comercialização do caju em 2024.
O secretário-geral da Câmara do Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços, Saliu Bá, felicitou o Governo pelas medidas adotadas para “favorecer um melhor clima de negócio do caju”, mas destacou também a necessidade de um melhor controlo dos operadores sazonais. Segundo Saliu Bá, ao contrário dos operadores residentes no país, os sazonais (compradores ocasionais) tendem a não cumprir com as obrigações fiscais.
Saliu Bá encorajou todos os intervenientes na fileira do caju a continuarem com ações que valorizem o produto, que elevou a Guiné-Bissau ao posto de segundo maior produtor em África, a seguir à Costa do Marfim.
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