A cidade de Luanda enfrenta uma significativa escassez de água, com várias zonas das províncias de Luanda, Bengo e Icolo e Bengo a registarem torneiras secas há semanas. Esta situação tem levado os residentes a recorrerem aos camiões-cisterna para abastecimento, resultando num aumento acentuado dos preços. Atualmente, uma cisterna de 20.000 litros, anteriormente vendida por 20.000 kwanzas (aproximadamente 21 euros), pode custar entre 40.000 kwanzas (42 euros) e 60.000 kwanzas (63 euros), dependendo da área.
A procura por água potável intensificou-se devido a um surto de cólera que afeta a região desde 7 de janeiro, com mais de 400 casos registados. As vias degradadas nos bairros periféricos dificultam o acesso dos camiões-cisterna, contribuindo para o aumento dos custos. Os fornecedores de água enfrentam desafios adicionais, como a escassez de produtos essenciais para o tratamento da água, incluindo sulfato de alumínio e cloro gasoso, situação atribuída a dívidas a fornecedores.
A população manifesta preocupação com a qualidade da água fornecida pelos camiões-cisterna, especialmente num contexto de surto de cólera. Alguns residentes relatam que certos camiões utilizados para o transporte de água potável são os mesmos que transportam resíduos, levantando questões sobre a segurança do consumo.
A Empresa Pública de Águas de Luanda (EPAL) reconheceu as falhas no fornecimento e atribuiu a escassez a ruturas nas condutas e à falta de produtos para o tratamento da água. A provedora de Justiça de Angola, Antónia Florbela Araújo, apelou à resolução urgente dos problemas de acesso a água potável e energia, considerando crítica a situação das populações afetadas.
A crise hídrica em Luanda evidencia a necessidade de melhorias na infraestrutura de abastecimento de água e na gestão de recursos, visando garantir o acesso seguro e sustentável à água potável para a população.
Lusa/RTP/RTB
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