SeneNews
O presidente do Burkina Faso, Ibrahim Traoré, reafirmou, este fim de semana, numa entrevista concedida ao canal russo RT, a necessidade de a Confederação dos Estados do Sahel (CES) adotar uma moeda própria.
Para o chefe de Estado, este passo é «imperativo» para garantir uma verdadeira soberania económica e política aos países membros, embora reconheça que o processo é complexo e ainda exige «numerosos ajustamentos técnicos e políticos».
A CES foi criada em 2023 pelo Mali, Burkina Faso e Níger, após a sua saída conjunta da CEDEAO, com o objetivo de fortalecer a sua autonomia estratégica. Para Ibrahim Traoré, a emancipação monetária é um dos pilares dessa visão. O presidente revelou que os trabalhos continuam em curso e que as discussões entre os Estados membros já estão avançadas, em concertação com peritos africanos.
Na mesma entrevista, o líder burquinabê mencionou também a possibilidade de alargar a Confederação a outros países do Sahel, ou mesmo além dessa região. No entanto, sublinhou a importância de harmonizar previamente as políticas internas dos membros atuais, alertando que uma integração precipitada poderia comprometer a coesão do bloco.
Além disso, Ibrahim Traoré fez uma reflexão crítica sobre o seu próprio percurso de formação, reconhecendo que, na juventude, foi influenciado por meios de comunicação ocidentais, como a RFI e a France 24. Hoje, acusa-os de difundirem narrativas tendenciosas e de terem moldado, durante muito tempo, a opinião pública africana de acordo com agendas externas. Para o presidente, a CES deve também travar uma batalha mediática para construir uma narrativa própria para África.
0 Comments