Aljazeera
Pelo menos 40 agricultores foram mortos num ataque perpetrado por grupos armados no estado de Borno, no nordeste da Nigéria, de acordo com autoridades locais.
O governador do estado, Babagana Umara Zulum, e o comissário de Informação, Usman Tar, informaram na segunda-feira que os suspeitos do ataque pertencem ao grupo Boko Haram e à Província do Estado Islâmico na África Ocidental (ISWAP, na sigla em inglês).
Segundo Tar, os agressores cercaram dezenas de agricultores em Dumba, nas margens do Lago Chade, e executaram-nos a tiro na noite de domingo.
“Relatórios iniciais indicam que cerca de 40 agricultores foram mortos, enquanto o paradeiro de muitos que conseguiram escapar ao ataque ainda está a ser rastreado para reunificação com as suas famílias”, afirmou o comissário.
Medidas de segurança reforçadas
Em resposta ao ataque, o governo estadual ordenou que os soldados em combate contra os rebeldes na região “localizem e eliminem os elementos insurgentes” que operam em Dumba e nos arredores do Lago Chade.
De acordo com Tar, os agricultores ultrapassaram o limite de segurança estabelecido pelas forças armadas para atividades de agricultura e pesca na área, que é um refúgio para combatentes do ISWAP e do Boko Haram, além de estar repleta de minas terrestres e vulnerável a ataques noturnos.
O governador Zulum apelou à população para permanecer dentro das zonas de segurança designadas, que já foram desminadas e declaradas livres de combatentes pelo exército. O governador também solicitou uma investigação rigorosa sobre o ataque.
Contexto de violência na região do Lago Chade
O Lago Chade, que abrange territórios da Nigéria, Níger, Chade e Camarões, serve como esconderijo para os grupos Boko Haram e ISWAP, que usam a região como base para planejar e executar ataques.
Desde que o Boko Haram iniciou a sua insurgência em 2009, com o objetivo de combater a educação ocidental e impor uma interpretação radical da lei islâmica, a violência na região nordeste da Nigéria já causou a morte de cerca de 35 mil civis e deslocou mais de dois milhões de pessoas, segundo dados das Nações Unidas.
O ataque de Dumba é mais um episódio trágico que reflete a persistente insegurança na região e a necessidade urgente de soluções para proteger as comunidades vulneráveis.
Fonte: Aljazeera
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